
O estudo “Efeitos do sistema tributário sobre o setor de cigarros” mediu o percentual do PIB per capita que um consumidor compromete ao comprar, ao longo de um ano, cem maços de cigarro. Segundo o professor, com o reajuste de R$ 2,40 para R$ 3, provocado pelo aumento de impostos, um maço de Derby passou a comprometer 2,16% da renda do brasileiro. Já o Marlboro, ao passar de R$ 3,40 para R$ 4,50, hoje compromete 3,24% da renda do consumidor. “A percepção de que o cigarro brasileiro custa pouco, em comparação aos preços de outros países, era procedente há 15, 10 anos, quando o dólar era muito valorizado em relação à moeda brasileira. Hoje, embora a realidade seja bem diferente, como mostra o estudo, ficou cristalizada no senso comum a idéia de que o cigarro no país é barato”, explica o professor.
No mesmo estudo, a FGV levantou qual seria o preço mínimo ao consumidor de um maço de cigarros, considerando-se os custos de produção, distribuição, remuneração do varejista e impostos. Esse valor ficou em R$ 2,20, sem incluir margem de lucro para a indústria. A conclusão foi de que qualquer cigarro vendido por um valor menor seria fruto de contrabando ou de sonegação. “Hoje o cigarro no mercado informal é oferecido até por R$ 1,50”, disse o professor. “Com o produto custando R$ 3, o peso para quem ganha salário mínimo é muito grande. Alguns vão fumar menos, mas cigarro é cigarro. Uma boa parte vai procurar produtos mais baratos e esse mercado informal, em que não se paga impostos, ganha força”.
Converse agora com o autor do estudo “Efeitos do sistema tributário sobre o setor de cigarros”, o professor José Antonio Schontag.
Nenhum comentário:
Postar um comentário