terça-feira, maio 19, 2009

Cigarro no Brasil é o mais caro do mundo

Adriana Oliveira é fumante há 13 anos e compromete grande parte do seu salário para cumprir. O preço que ela acha abusivo foi comprovado pelo Estudo da Fundação Getúlio Vargas que revelou que o preço do maço no Brasil é um dos mais altos do mundo. No mês de abril, em um ranking de 22 países o Brasil ocupava a sexta posição. Depois dos aumentos de preços praticados pela indústria - de 20% e 25% - o país passou para a terceira posição. Segundo José Antonio Schontag, professor da FGV e autor do estudo, foram analisados os preços de duas marcas em cada um dos países: a marca mais vendida – que no caso do Brasil é o Derby, fabricado pela Souza Cruz – e o Marlboro, da Philip Morris, por ser uma marca comum a todos os mercados analisados.

O estudo “Efeitos do sistema tributário sobre o setor de cigarros” mediu o percentual do PIB per capita que um consumidor compromete ao comprar, ao longo de um ano, cem maços de cigarro. Segundo o professor, com o reajuste de R$ 2,40 para R$ 3, provocado pelo aumento de impostos, um maço de Derby passou a comprometer 2,16% da renda do brasileiro. Já o Marlboro, ao passar de R$ 3,40 para R$ 4,50, hoje compromete 3,24% da renda do consumidor. “A percepção de que o cigarro brasileiro custa pouco, em comparação aos preços de outros países, era procedente há 15, 10 anos, quando o dólar era muito valorizado em relação à moeda brasileira. Hoje, embora a realidade seja bem diferente, como mostra o estudo, ficou cristalizada no senso comum a idéia de que o cigarro no país é barato”, explica o professor.


No mesmo estudo, a FGV levantou qual seria o preço mínimo ao consumidor de um maço de cigarros, considerando-se os custos de produção, distribuição, remuneração do varejista e impostos. Esse valor ficou em R$ 2,20, sem incluir margem de lucro para a indústria. A conclusão foi de que qualquer cigarro vendido por um valor menor seria fruto de contrabando ou de sonegação. “Hoje o cigarro no mercado informal é oferecido até por R$ 1,50”, disse o professor. “Com o produto custando R$ 3, o peso para quem ganha salário mínimo é muito grande. Alguns vão fumar menos, mas cigarro é cigarro. Uma boa parte vai procurar produtos mais baratos e esse mercado informal, em que não se paga impostos, ganha força”.

Converse agora com o autor do estudo “Efeitos do sistema tributário sobre o setor de cigarros”, o professor José Antonio Schontag.


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